Com apenas 23 anos, Larissa Pazini Nagel, natural de Turvo e atualmente moradora de Araranguá, já conheceu quatro países. Larissa é uma cidadã do mundo e apesar de conhecer mais países do que muita gente, com o dobro da idade dela, a jovem não se considera viajada. “Eu nem conheci metade, da metade dos lugares que existem no mundo. Conheci quase nada; tenho muito ainda para conhecer, para viver”, disse.
A jovem morou com a família nos Estados Unidos por 12 anos - dos cinco aos 17 - e concluiu o Ensino Médio no Colégio Murialdo de Araranguá, no ano de 2013. Desde então, Larissa já trabalhou como professora de Inglês em uma escola Ensino Infantil de Criciúma, fez intercâmbio e foi babá na Alemanha e na Itália. “Eu queria me virar no mundo e fiz intercâmbio como babá, fui babá na Alemanha e depois na Itália”, contou.
Assim que retornou da Itália, Larissa contou com o apoio da mãe, a educadora Jerusa Pazini Nagel e da bibliotecária do Colégio Murialdo, Daiane Martins Tomaz, para conseguir sua cidadania italiana. No processo, a jovem retornou para o país europeu, desta vez com sua mãe. Ficou por lá por mais três meses, passou pela Inglaterra, onde encontrou com o pai Emerson Nagel (chef profissional de cozinha) e as irmãs Meilen, de 20 anos e Tiffany, de 15 anos, e retornou ao Brasil já com sua identidade italiana.
Larissa trabalha em uma companhia americana que lhe permite viajar e executar seu serviço de qualquer lugar do mundo. “Eu trabalho atendendo americanos pelo telefone, verificando quais serviços eles precisam em suas casas - faxina, jardinagem, pinturas -, é isto”, explicou. O emprego facilita suas viagens e a jovem ainda foi para o Peru, onde trabalhou em um orfanato por um mês e meio. “Faz uns três meses que eu voltei do Peru e lá eu fiz um trabalho voluntário em um orfanato só de meninas”, revelou.
“O Peru é muito lindo. Eles têm uma cultura muito rica e se orgulham disto. As meninas do orfanato têm histórias tristes, mas elas são incríveis. Foi a melhor parte”, contou a jovem, que sempre trabalhou com crianças e agora irá fazer faculdade de Administração Internacional na Bélgica, uma experiência aparentemente diferente de tudo o que ela viveu até agora. Apenas aparentemente. “A cultura me fascina. Eu gosto muito de cultura do mundo, sempre quis estudar sobre ela, sobre nossas diferenças e como posso fazer para ajudar a melhorar o mundo”, esclareceu a jovem, que pretende trabalhar na ONU (Organização das Nações Unidas) ou na Cruz Vermelha.
A faculdade
Larissa passou nos cursos de Administração Internacional e de Turismo em dois países - na Holanda e na Bélgica - e optou por cursar Administração Internacional, na Karel de Grote University College, em Antuérpia, Bélgica.
Para conquistar as quatro vagas, em quatro universidades diferentes, a jovem precisou fazer muita redação. “Eles não querem saber o que a gente tem, eles querem saber quem a gente é, o que a gente quer fazer de nossa vida, o que a gente tem para oferecer ao mundo e eu quero ajudar as pessoas; é o que eu gosto de fazer. Eu fiz minhas redações contando que eu queria ajudar as pessoas. Eu tive que provar isto; o serviço voluntário e o trabalho como babá me ajudaram muito”, contou.
Carta de recomendação dos professores do Murialdo, currículo escolar e profissional e Inglês fluente também foram essenciais para a conquista das vagas nas universidades estrangeiras, além do lema do Colégio Murialdo - Educar os Corações. “Isto me ajudou muito lá”, ponderou a jovem. A escola foi escolhida pela mãe de Larissa, antes mesmo da família voltar dos Estados Unidos. A irmã Meilen também estudou no Murialdo, e Tiffany continua na escola.
Trabalho voluntário
Larissa contou que recebeu ajuda de um grupo de estudantes da UfSC(Universidade Federal de Santa Catarina) para conseguir a vaga de voluntária no orfanato do Peru. “Qualquer pessoa pode fazer trabalho voluntário. Tem muita gente precisando de ajuda no mundo. Tu podes trabalhar cuidando de água, do meio ambiente, de idosos, de crianças. Quando alguém me pergunta como pode conseguir também, eu sempre respondo: Pesquisa, tem tanta coisa maravilhosa que tu podes fazer neste mundo; é só ter força de vontade”, aconselhou.
Gratidão
A jovem não esquece de quem lhe ajudou a conquistar sua tão sonhada vaga na universidade da Bélgica e, principalmente, no tão sonhado curso de Administração Internacional. “Sempre tive o apoio dos meus pais e das minhas irmãs, do padre Vilcionei, a Edinelci e de todos os funcionários do Colégio Murialdo, não foi só pela carta de recomendação, mas por tudo que eles fizeram por mim e ainda fazem sempre que volto para o Brasil. Eu costumo dizer que o Colégio Murialdo é minha segunda casa”, agradeceu.