O mês de setembro traz consigo uma campanha que não se esgota em seus 30 dias: o setembro amarelo. Um mês destinado à conscientização da prevenção ao suicídio. Uma temática que demanda reflexões e ações no ambiente escolar. É função da escola criar espaços potentes de fala e escuta do sofrimento, bem como instrumentalizar os educadores a garantir que seus alunos possam expressar, comunicar e nomear os seus sentimentos. Por isso, a prevenção ao ato-dor inicia-se na infância, ou seja, desde tenra idade é necessário reconhecer e permitir que as crianças tenham voz e, que essa fala tenha endereçamentos. Nomear aquilo que nos causa sofrimento é um modelo eficaz de prevenção ao suicídio.
A medida que a criança cresce e faz a sua entrada na adolescência, sabe-se que as mudanças fisicas e psíquicas ganham a cena, e diversas transformações se colocam em jogo. A adolescência é marcada pela busca constante de referências, que pouco a pouco, constituem a subjetividade do sujeito em questão. Este processo de adolescer traz consigo muitos questionamentos, dúvidas, conflitos emocionais e sociais, bem como angústia e medo. Sendo assim, é preciso conjugar esforços com toda a rede escolar, criando espaços de fala, ações de valorização a vida e fortalecimento de redes de apoio, como a família e a comunidade. O suícidio é uma questão que não pode ser silenciada, demanda diálogo constante como medida preventiva.
E não são apenas as crianças e os adolescentes que, por estarem constituindo-se psiquicamente, sofrem e adoecem. Os adultos também. Por isso este é um tema de suma importância na nossa sociedade, que por vezes acreditou que é forte aquele que não chora, que é forte aquele que não demonstra as emoções. Sentir é inerente ao ser humano e, por isso, a necessidade de podermos falar sobre este assunto e, também, acolher as emoções de quem precisa, isto não apenas em nossa casa e na escola, mas também no contexto laboral visto que tanto tem-se falado em Qualidade de Vida no Trabalho. Setembro traz consigo todas estas reflexões para a prevenção do adoecimento emocional e a identificação dos nossos sentimentos e emoções.
Rosana Rossato – psicóloga escolar do turno da tarde
Sandra Galiotto – psicóloga escolar do turno da manhã
Vivian Krindges – psicóloga organizacional