O esporte é um caminho de inclusão social. A frase foi comprovada pelas turmas do ensino fundamental e médio do Murialdo Porto Alegre durante aula de educação física que despertou os sentidos dos alunos. Na Quinta-feira, 09, os estudantes receberam a visita do esportista André Trevisol, deficiente visual, jogador e treinador de futebol da AGAFUC - Associação Gaúcha de Futsal para Cegos.
A visita de André mostrou aos alunos que o esporte traz autonomia às pessoas portadoras de alguma deficiência. Num primeiro momento, o jogador falou sobre como superou as dificuldades da perda da visão através do futebol. Num segundo momento, em duplas, os alunos experimentaram o futebol adaptado para cegos.
“O esporte traz autonomia para o deficiente. Faz com que eles tenham medo de enfrentar o mundo, além de torná-los autossuficiente. Essa atividade nas escolas integra ainda mais os alunos e estimula a cooperação” afirmou André.
A atividade foi orientada pelos professores Ana Marcon e Ricardo Medeiros. Segundo Ana Marcon, para além da simples prática dos esportes tradicionais como vôlei, basquete, handbol e futsal, a ação promovida mostra que a disciplina de educação física é um mundo maior a ser descoberto:
“Isso mostra os diferentes conteúdos da educação física. Colocamos a disciplina voltada para a cultura do movimento e da alfabetização do corpo. Isso também proporciona uma diferente experiência motora e de sensações” disse.
Alunos destacam superação do desafio
Na parte prática da aula, os alunos foram desafiados a experimentarem o futebol adaptado para cegos. Em duplas, sendo um deles com os olhos vendados e o outro de guia, o desafio era jogar futebol, mas não de forma simples: era preciso ouvir o som da bola, a orientação do guia e tentar fazer o chute preciso. Isso exigiu confiança total e trabalho coletivo.
Na turma 71 (7º ano do fundamental), Gabriel Domingues foi o guia do amigo Alyson Nunes. Ele relata que teve cuidado redobrado na condução do amigo: “Haviam pessoas por perto e eu tinha que puxá-lo. É meio complicado porque ele (Alyson) tinha medo que esbarrassem. Parece fácil ser guia, mas não é. É preciso ter muito cuidado” disse.
Já para Alyson, a dificuldade foi de saber se localizar na quadra: “É bem difícil porque não se enxerga, não sabe em qual local da quadra está. Quando eu estava na frente do gol, ele (Gabriel) me falou e eu chutei. Errei todas” afirmou.
Para a dupla, a atividade diferenciada de educação física foi uma grande lição. Gabriel disse: “achei legal. A pessoa é cega mas não pode deixar de fazer o que gosta, sem medo. Todos deveriam praticar algum esporte.” Alyson concordou com a fala do amigo: “foi uma lição muito boa porque me fez valorizar o que tenho. Também foi legal perceber que os cegos conseguiram fazer um esporte adaptado, assim, eles não se sentem diferentes dos outros. Isso é uma lição muito boa” finalizou.
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Por: Magnus Regis
Assessoria de Comunicação
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